31.3.09

Nostalgia, aquela dor de saudade de uma coisa conhecida.

Essa palavra marota reúne algos (άλγος), que signfica dor (como em um monte de nomes de doenças com -algia), e nostos (νόστος), que significa retorno para casa. Literalmente, é a dor ou anseio por voltar para casa.
Esse anseio por voltar para casa existe em todo mundo, ainda que metaforicamente. Todo mundo sente falta de algo que já viveu, que já passou. Mesmo que às vezes seja uma memória amarga, há um sentimento de familiaridade, que pode servir como apoio, âncora, nos momentos em que nos sentimos atacados por experiências novas e desagradáveis.
Claro, uma boa dose de nostalgia pode fazer mal. Nostalgia parece ser contrária à um sistema de pensamento que valoriza a mudança e o abraçar de coisas novas (que, incidentalmente é meu sistema de pensamento atual). É difícil abandonar o conforto que a nostalgia traz. Nesse aspecto ela parece uma droga - vicia, nos faz não querer abandonar velhos costumes e hábitos. E quanto mais velhos nos tornamos, mais fácil se torna recorrer à nostalgia. Ela se torna uma muleta tão eficiente quanto a crença de que "O tempo está passando mais rápido, não acha?" (mais sobre essa outra hora).

Mas,

Nostalgia não precisa ser a vilã. Pode-se evocar aquele sentimento de conforto fazendo coisas novas que nos lembrem daquilo que já temos como seguro e familiar. Uma cultura que não consiga olhar pra trás e apreciar seu próprio passado também não me parece eficiente. Como de praxe, uma boa dose de equilibrismo emocional ajuda mais do que atrapalha.
Conviver com a nostalgia, aproveitar o melhor que ela traz, sem se render à ranhetice e preconceito que muitas vezes a acompanham, pode ser melhor do que você pensa.

Tudo isso por culpa de 25 anos de idade. Vai saber se eu lerei isso aos 50 e ficarei nostálgico?