14.5.09

E o cigano levanta acampamento...

Pois é.

Como não tinha certeza se manter um único blog pra todo tipo de bobagem que escrevo era uma boa idéia, tive uma "inspiração" curiosa e mais uma vez vou dar vazão à meu transtorno de múltiplas personalidades.

Para quem gosta de RPG, Tolkien, Dragonlance, e todo outro tipo de nerdices divertidas, acompanhem O Canto do Kender.

Para quem gosta de pensamentos aleatórios, insights duvidosos e outros pecados pseudo-literários, acompanhem o Kali-grafia.

Para quem é do grupo do RPG Trinity, ou quer ver como é a campanha do meu grupo, acompanhem o Æon Trinity.

Os mais espertinhos perceberão que abandonei o Blogger em favor do Wordpress. Não preciso nem comentar, Wordpress é realmente melhor.

Caso não tenha ficado claro, esse blog (salvo exceção bizarra) está fechado em definitivo.

31.3.09

Nostalgia, aquela dor de saudade de uma coisa conhecida.

Essa palavra marota reúne algos (άλγος), que signfica dor (como em um monte de nomes de doenças com -algia), e nostos (νόστος), que significa retorno para casa. Literalmente, é a dor ou anseio por voltar para casa.
Esse anseio por voltar para casa existe em todo mundo, ainda que metaforicamente. Todo mundo sente falta de algo que já viveu, que já passou. Mesmo que às vezes seja uma memória amarga, há um sentimento de familiaridade, que pode servir como apoio, âncora, nos momentos em que nos sentimos atacados por experiências novas e desagradáveis.
Claro, uma boa dose de nostalgia pode fazer mal. Nostalgia parece ser contrária à um sistema de pensamento que valoriza a mudança e o abraçar de coisas novas (que, incidentalmente é meu sistema de pensamento atual). É difícil abandonar o conforto que a nostalgia traz. Nesse aspecto ela parece uma droga - vicia, nos faz não querer abandonar velhos costumes e hábitos. E quanto mais velhos nos tornamos, mais fácil se torna recorrer à nostalgia. Ela se torna uma muleta tão eficiente quanto a crença de que "O tempo está passando mais rápido, não acha?" (mais sobre essa outra hora).

Mas,

Nostalgia não precisa ser a vilã. Pode-se evocar aquele sentimento de conforto fazendo coisas novas que nos lembrem daquilo que já temos como seguro e familiar. Uma cultura que não consiga olhar pra trás e apreciar seu próprio passado também não me parece eficiente. Como de praxe, uma boa dose de equilibrismo emocional ajuda mais do que atrapalha.
Conviver com a nostalgia, aproveitar o melhor que ela traz, sem se render à ranhetice e preconceito que muitas vezes a acompanham, pode ser melhor do que você pensa.

Tudo isso por culpa de 25 anos de idade. Vai saber se eu lerei isso aos 50 e ficarei nostálgico?

18.2.09

O Paradigma dos Pequenos Deuses

Se sua sensibilidade a assuntos religiosos é alta, não leia este post. Ou leia, e deixe seu comentário desagradável abaixo. :-E

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Meu conjunto de crenças "religiosas" é bastante peculiar. Posso dizer, sem vergonha, que acredito em todos, sem mútua exclusão. Afinal, o gato pode estar vivo e morto, logo, todo mundo pode estar no céu de uns e no inferno de outros, simultaneamente. Claro, dou preferência para Eris, mas ela não é ciumenta. Acho. Espero.

Recentemente, percebi como é que deviam se formar a crença em deuses nos primórdios da humanidade, e tenho a impressão de que o processo continua se repetindo nos dias de hoje (com nomenclaturas diferentes, muitas vezes).

Vou tomar por exemplo dois amigos meus que foram "divinizados" - só de brincadeira (ou não).

O Claudião é conhecido por todos os amigos dele como Deus. Ninguém disputa essa divindade dele. Mas, é difícil apontar quem começou a chamá-lo / considerá-lo assim. O mesmo acontece com muitas das divindades. Não se sabe muito bem quem começou com a história. Muitas vezes, um conjunto de pessoas é considerado o "grupo fiel" inicial; outras vezes um único "profeta" é o responsável por trazer as boas notícias sobre o novo Deus. De um jeito ou de outro, exceto em lendas, você nunca vê a divindade em si espalhando seu culto, dizendo "acreditem em mim, me idolatrem" ou coisa parecida. Tem sempre algum representante envolvido.

O Ovo sofre de caso parecido, embora nem sempre ele seja considerado uma divindade, é certo que ele apresenta características similares ao supracitado Claudião. No caso dele, é uma clara questão de exageração (por vezes caricata) de tudo que ele faz / realiza. Novamente, isso pode ser comparado à sua divindade mediana: até que ponto não houve uma pequena ação, que foi multiplicada pela palavras e exagerações daqueles que queriam promover um determinado culto? Será que um homem não pode ter compartilhado inteligentemente um punhado de pães e peixes, satisfazendo a todos, levando à uma história de multiplicação mágica? Ou uma mulher não pode ter realmente ter participado de uma "suruba sagrada" com um touro, sendo que a parte da cria resultante seria mera invenção? (ou ainda, o próprio filho da mulher em questão, usando máscara. Who knows?)

Chegando a uma conclusão, vejo que não precisa-se de muito para criar um pequeno deus. Primeiro de tudo, ele não pode ser particularmente banal. Tem que ter algo que o diferencie dos outros, nem que seja em aparência (preferivelmente em atitudes). Segundo, junte alguns amigos e comece a espalhar a notícia dos milagres trazidos pelo seu novo pequeno deus. Terceiro, o próprio não pode estar partipando do projeto: é ideal que ele se mantenha ignorante e agindo como sempre, para que cada um de seus atos, por menores que sejam, possam impressionar as mentes sugestionáveis. E por último, mas não menos importante, tenha convicção na divindade de seu pequeno deus: infidelidade à divindade é pecado na maior parte das religiões.

Se precisar de uma ajuda para criar seu pequeno deus, leia também os grandes manuais. E consulte o pantheon.org.

9.1.09

Terminologia, ou a arte de definir que carvalho você está falando.

No fundo, a comunicação é muito detida por ela mesma. Podemos querer dizer algo que, no nosso vocabulário pessoal, quer dizer algo, e no vocabulário pessoal de outro indivíduo, que dizer ainda outra coisa.

Portanto, vamos elucidar:

Terminologia pessoal

5: Número que pode ser encontrado em absolutamente toda parte. Pode procurar.
CDF: pessoa que, em ambiente acadêmico (colégio, universidade, etc.) considera importante estudar obsessivamente e tirar boas notas, sem necessariamente compreender o conteúdo que estuda.
Discordianismo: Religião que é uma piada disfarçada de religião, disfarçada de piada. Vide fnord para mais informação.
Eris: A Única e Verdadeira Deusa. Todas as outras estavam de férias quando isto foi escrito.
Fnord: fnord.
Geek: pessoa com forte inclinação para o uso excessivo de tecnologia, especialmente microeletrônica (embora hajam, de fato, donas-de-casa geeks que não podem viver sem a "mais nova novidade" em matéria de eletrodomésticos, por exemplo)
Kender: pessoa com tendências a excesso de fala, bom humor e ocasional infantilidade.
Nerd: pessoa com tendências a reunir conhecimentos específicos sobre diversos assuntos, que muitas vezes não são correlacionados e que possuem utilidade duvidosa. Não confundir com geek ou cdf.
Trabalho: ou "emprego", local que, assim como o tempo, tira horas da sua vida. Teoricamente, ele é mais generoso, já que dá "tickets refeição" e outros "benefícios", mas sua relação custo-benefício é frequentemente uma porcaria.
USP: universidade-repositório de ampla quantidade de cdfs, média quantidade de geeks, e, como em todo lugar, poucos nerds.
V: Letra que, assim como o número cinco, pode ser vista em toda parte.

Note que a terminologia acima pode ser expandida a qualquer momento sem aviso prévio. :P

2.12.08

Voem, meus paulistanos.

Uma coisa muita interessante a respeito do Skycar é que existe uma possibilidade plausível dele se tornar um artigo de luxo, caro porém acessível às parcelas da população com alto poder aquisitivo.
Considerando-se que:

1) São Paulo tem uma parcela da população com alto poder aquisitivo (vide Shoppings Morumbi, Cidade Jardim, Higienópolis e Iguatemi, mais a "lojinha" da Daslu);
2) Tem a maior quantidade de tráfego de helicópteros no mundo (tente olhar pra cima durante o dia no centro expandido - garanto um helicóptero passando em no máximo 15 minutos);
3) Tem um trânsito infernal,

Gostaria de deixar estabelecida uma previsão, ou "chute pseudo-científico" para o futuro de São Paulo. Vamos chutar, conservadoramente, algo entre 30 e 50 anos.

Apesar do sistema proposto de programação automática de percurso, acredito na possibilidade de deixarem a pilotagem realmente na mão das pessoas (com algum auxílio computarizado, com certeza). Possivelmente, deveria haver um conjunto de microcâmeras espalhado entre em todos os pontos do veículo, para permitir subidas, descidas e outras conversões, além de um radar para facilitar essas manobras. Tudo integrado a um computador de bordo.

Questões de tráfego: Deveriam ser estabelecidos nos traçados das principais avenidas "ruas", com múltiplas "faixas" e uma faixa de mão ascensória à esquerda, e outra de mão descendente à direita (como já funciona em estacionamentos de vários andares). No entanto, para permitir subidas e descidas, provavelmente seriam necessários algum tipo de semáforos, para evitar confusões (ou esses semáforos estarem estabelecidos nas entradas dos bairros, fora das vias principais). Não acho que semáforos flutuantes pareçam uma boa idéia. Gosto mais da hipótese de canhões de laser de múltiplas cores para isso. Fora que a cidade pareceria incrível com fachos de luz colorida apontados para o céu, com carros voando e coisa e tal. Mas o mais provável de todos seriam torres de transmissão específica desses semáforos, em contato constante com os computadores de bordo, permitindo ou não a circulação (até porque os fachos coloridos só funcionariam à noite).

Onde guardar meu burrinho alado: Por mais que pareçam legais em histórias de FC, estacionamentos aéreos (e qualquer outro tipo de construção aérea - incluindo porta-aviões) são uma idéia estúpida. Para comportar esse tipo de veículo, casas poderiam simplesmente serem reforçadas para permitir o pouso no teto. O estacionamento ficaria no telhado, e pouparia um pouco de espaço. Inevitavelmente, as casas assim adpatadas incluiriam escadas para acesso ao estacionamento.
Prédios de apartamentos "pré-skycar" poderiam instalar estruturas de metal semi-cobertas (i.e. com uma entrada e uma saída) para servirem de estacionamento, normalmente no lado onde não tem "nada" atualmente (muitos prédios tem um lado assim), ou extensões nas varandas (em prédios com varanda).
Prédios totalmente modernos, "pós-skycar" podem ter um estacionamento integrado ao apartamento, que deslize para dentro e para fora do edifício, preservando a beleza dos prédios quando os carros não estiverem estacionados.

Tem mais algumas idéias sobre o futuro de São Paulo, mas pode ficar pra depois.

2.11.08

Defina liberdade.

Liberdade é um negócio engraçado.

As pessoas não querem liberdade, querem impunidade. Liberdade para fazer o que você bem entender, você já tem. O que se pretende é fazer o que bem entender, e não ter que arcar com as conseqüências.

Observe qualquer movimento, pessoa, veículo de comunicação que faça uma afirmação em prol da liberdade. E me diga que não é o caso.

Eu sou livre para matar alguém. Só não para sair impune, seja pela lei ou pela família e amigos de quem matei. Ou seja, "não sou livre".

Ou seja, parem de chorar que não são livres. Se for pra chorar por alguma coisa, falem direito e digam que gostariam de poder fazer as coisas sem sofrer as conseqüências.

29.10.08

Para entrada, sugiro salada de chuchu.

Por dezessete vezes, pensei em reativar meu blog.

Taí.
Bobagens variadas e pirações múltiplas, com ocasionais choramingos sobre minha vida "normal" e sobre minhas múltiplas vidas paralelas em mundos ficcionais (esses, talvez, sem choramingos - mas sem promessas).

O engraçado é que fiz uma lista de tópicos para postar, mas pelo menos metade se refere a acontecimentos que já não são mais recentes, como eleições, guerra na Geórgia, etc. Vou ver se penso em algo decente para colocar amanhã por aqui.

Fnord.